terça-feira, 22 de abril de 2014

No aeroporto

                               No aeroporto

     Chegar no aeroporto já foi um sufoco. Andar em São Paulo não é fácil não. Digo sem GPS é pior ou melhor. Há quem diga que o GPS tem hora que te manda por ruas estranhas. Leva por lugares sinistros onde pode haver roubos.
     Andar pela Dutra no horário do rush então é quase um suicídio. Entrar num posto é mais seguro, se tiver sorte  e encontrar um frentista de bom coração, vai ser ótimo.
     Na verdade temos um Gps dentro de nossa mente e se o caminho é previamente consultado no Google Maps se tem 50% de chance de chegar ao destino.
     Depois de alguns erros, perguntar em vários pontos, cheguei ao aeroporto quando já havia desistido de ir à despedida do meu filho, não ia dar tempo. Quantas horas rodadas em vão? Perdi a conta. Ao desistir, encontrei o caminho, nossa cheguei a tempo.
     Novamente rumo ao aeroporto, dessa vez com direito a reconhecer os pontos em que errei. Como um mineiro, cheguei adiantado. Claro iria encontrar o meu filho que havia ficado meses no exterior trabalhando. Encontrei o desembarque internacional e começou a jornada de espera. Me senti o próprio rapaz do Forest Gump que contava a cada um que sentava ao lado que estava à espera do meu filho que não via há meses.
Quatro horas de espera. Via as pessoas chegarem e irem embora e eu continuava lá. Aliás notei uma coisa naquele aeroporto. Ninguém dome na cidade de São Paulo? O aeroporto estava lotado, o estacionamento cheio de carros, os cafés em pleno movimento. Havia gente cochilando em bancos aguardando o embarque.

     Mais uma senhora sentou-se ao meu lado, repeti a história que aguardava o meu filho... Me contou que esperava sua filha também que viria da Espanha. Desta vez ela presenciou a chegada de meu filho. Eu o abracei muito. Fiz um carinho em seu rosto, acenei para a senhora me despedindo e fim de uma espera...

sábado, 29 de março de 2014

Robocop

                                                        Robocop

     Possível ou não? Cenas incríveis, diretor brasileiro,o investigador policial por perseguição aos bandidos dentro da polícia, quando o caso estava quase resolvido, sofre represália e numa explosão do seu carro perde por queimaduras 80 por cento do corpo. A esposa desesperada aceita que médicos testem em seu esposo o robô meio gente meio máquina.       Reconstruiram seu rosto, adaptaram o cérebro ao corpo da máquina e os pulmões e coração funcionam. Como se alimentava? Não, não se alimentava de forma tradicional. Todas as noites ele era submetido a transfusão de sangue parecido com hemodiálise onde colocavam as substâncias necessárias para a sua sobrevivência. Quando o homem reconstruído se viu meio máquina, pediu para morrer pois quase nada sobrou de si mesmo. Renegou o seu novo corpo e até a sua própria família. Neste dia deram-lhe boas lembranças de sua vida para que  ele não entrasse em depressão.
     Conversando com o meu médico, ele disse uma coisa interessante que nãos nunca pensamos a respeito. Disse-me que o cérebro comanda, mas o que é ele sem as partes do corpo: os órgãos, os membros, os orgãos do sentido. O cérebro comanda e os membros obedecem, porém ele necessita dos membros e dos órgãos para realizar tudo o que deseja.
     Que seria dele sem os seus súditos? A única coisa que ele faz sozinho é a imaginação, recuperar as lembranças, mas a parte motora ele depende dos outros órgãos e membros do corpo. Deve ser pelo poder da imaginação que os presos suportam o tempo dentro de uma prisão. Ficar com o corpo limitado o  cérebro se vê obrigado a inventar fatos e situações, a imaginar também, para não enlouquecer. Dizem que os amputados sentem os membros que não existem mais, como uma coceira na ponta do dedo que não existe mais.
     O ser humano precisa de imaginação para ser feliz. As músicas, filmes, livros e pessoas nos fazem bem porque ativam a nossa imaginação e nos fazem “VIAJAR”.

     Somos obrigados a crer que existe uma sincronia perfeita, mente e corpo criação perfeita de uma força maior chamada Deus.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Insônia

                                                            Insônia

     Reflexão numa noite sem sono às vezes nos amedronta, pelo silêncio, pela solidão.
     Os pensamentos nos levam a viajar, tentamos ler, tentamos assistir a um filme da TV e isso só nos leva a ficar mais despertos. Os pensamentos voam por lugares estranhos entre fantasmas e vampiros  eu que nunca acreditei nisso. O pensamento é cortado por um trem que passa solitário durante a madrugada. Que horas são? 3 da madrugada ou 4? Mas se o trem passa alguém o está dirigindo. Será que sempre faz turno da madrugada? O que transporta? Soja? Trigo? Sorgo? Meu irmão, que há anos trabalhou numa fazenda nos EUA  falava de sorgo e sempre tive muita curiosidade e nem pensei que um dia iria defrontar com uma plantação de sorgo em Minas. Alimento para gado e outro animal de pastagens. Quando criança ao caminhar pelos trilhos defrontava com mudinhas de trigo e ficava pensando que caia dos vagões e que nasciam entre as pedras da ferrovia e era um prazer catá-los e levar pra casa. Diziam que ter trigo em casa era sinônimo de riqueza e bonança. Verdade ou não , não me custava colocá-los num vaso. Eu procurava mudas de arroz , mas na época não sabia que arroz exigia muita água para crescer por isso não haveria muda deles nos trilhos.
     Ah, milho sim, havia mudas porém não crescia muito e creio que secavam antes de produzir frutos. Creio que o milho é mais exigente que o trigo. Na falha memória não é possível  lembrar se o trigo estava granado ou não. Que me importa, era muito lindo e colocado no vaso só pensava na sorte que poderia trazer  à minha família.
     Não poderia dar ao luxo de desperdiçar o meu tempo em pensamentos por isso resolvi escrever esta crônica. Eu sei que se deixasse pra depois as reflexões evaporariam, por isso o importante é escrever enquanto o pensamento flui.
     Ao som de “Lonely” de Bee Gees, foi possível ter inspiração e escrever esta crônica.
Coincidência ou não a tradução da música é “Solitário”






domingo, 16 de fevereiro de 2014

Estiagem

Quanto tempo sem chuva. As plantas secaram, o solo rachou, os rios baixaram de nível, até os peixes morreram. Quando recebíamos essas bênçãos gratuitamente de Deus, não valorizávamos. Na misericórdia divina a chuva veio, tímida, calma e serena, molhando aos poucos o chão, saciando a sede do ambiente, das plantas e dando vida à terra.
    Recebemos nova chance de valorizarmos mais a água, os alimentos, a vida, pois sem chuva nada disso é possível. Quantos e quantos dias ficamos na esperança de chuva. Teve dias que se formaram  nuvens espessas e na hora de chover, elas iam embora.
     Agradecemos muito pela água pois ela é o início da vida no planeta. Sem ela não existiria vida e ar. Ela nos fornece as plantas que fornecem o oxigênio. Um ciclo perfeito. Sem água não teremos nem energia elétrica.  Vemos as pessoas esbanjando água como se nunca fosse faltar. Não é mais questão de pagar e sim de conscientizar.
     Conheço uma pessoa  que tem plantas em sua casa. Até no banheiro as cultiva. Eu nunca havia visto, achava que o banheiro era um lugar impróprio para cultivar plantas, e mais, ela somente goteja água nelas, portanto as mesmas nunca ficam afogadas ou apodrecem as raízes por excesso de água. Fiquei pensando que ela faz mágicas para que elas sobrevivam dentro de um apartamento e estão sempre lindas. Sempre têm violetas floridas, todas cultivadas por ela mesma. Sabe, esta amiga faz mágicas em tudo que toca, quando faz arrumações na casa, quando reforma um objeto ou quando cozinha. Existe harmonia em seu lar. Podemos ter um exemplo a seguir, ter plantas em casa sem esbanjar água.
     Eu parei uma aula e expliquei aos alunos a nossa necessidade de economizar água, nos banhos, na hora de lavar louças escovar os dentes e expliquei-lhes sobre reciclagem da água ou o uso de água recolhida da chuva. Creio que plantei a sementinha na mente deles , os futuros engenheiros de projetarem lares que tenham caixas d’água que coletem água da chuva que sirvam para lavar o carro, o quintal, para os banheiros e molhar as plantas.

     Pra eles no momento pode ser só questão de pagar a conta, mas quando se tornarem adultos talvez se lembrem que alguém falou sobre economia de energia e que esta é diretamente ligada a água. Uma depende da outra. Outras fontes de energia, sim, existe porém, são poluidoras. E a energia solar ainda está muito cara de se obter e transformar . A eólica , se funcionar, só será útil em alguns estados onde o vento é abundante. Li nesta semana que existem várias cata-ventos prontos e não existe redes para levar a  energia aos consumidores. Fontes alternativas se fazem necessárias, falta alerta do governo. O mundo cresce e o crescimento da produção de energia não cresce na mesma proporção. Infelizmente.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A mente humana

                                                      A mente humana


     A mente humana é complexa e damos muito crédito a ela. Confiamos demais em nossa memória mas às vezes somos surpreendidos por ela.  Não percebemos muitas coisas se não prestarmos realmente em tudo o que acontece a nossa volta. Uma reportagem na Tv me chamou a atenção. Testes feitos em pessoas comprovam quanto déficit de atenção temos em pequenas coisas. Uma atendente de uma portaria de trabalho foi solicitada a confirmar um documento. A atenção dela se voltou ao documento. A pessoa que trouxe o documento deixou cair a caneta e outra pessoa se levantou em seu lugar. Pessoa completamente diferente do anterior.  Lógico estava escondido por debaixo da mesa para submeter a atendente ao teste. Por incrível que pareça ela não notou.  Tudo isso para provar que a pessoa ao celular não presta realmente atenção às coisas importante à sua frente.
     Recentemente um caminhoneiro que falava ao celular, não percebendo que a caçamba do seu caminhão estava levantada, arrastou a passarela matando cinco pessoas. Algumas pessoas passavam por cima da passarela, outros passavam por debaixo da ponte com os seus veículos e foram massacrados. Por mais que os peritos tente4m achar uma outra explicação, só conseguem incriminá-lo mais. Todos os testes apresentados  foram exclusivamente para provar que a mente humana não consegue prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo.
     Isto explica por que nunca nos lembramos onde estão as nossas chaves, nossos óculos e outros objetos que quando deixamos, não prestamos atenção se foi à mesa, em cima da geladeira, e outros lugares possíveis.
      Meu aluno Guilherme, sugeriu me que eu escrevesse um texto a este respeito: desatenção. Porém ainda existe uma salvação: ao deixar um objeto, dizer a si mesmo, estou colocando aqui. Para a mente prestar atenção. Quando estiver ao celular teclando, não estará prestando atenção à aula pois a mente é incapaz de fazer bem duas coisas ao mesmo tempo. Alguma atividade sairá mal –feita, serão as mensagens da amiga?

     Eterna luta, meu amigo, será que teremos que esperar até 2016 quando o Face perderá um pouco do interesse dos jovens?


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mundo moderno

                                                   Mundo moderno

Precisamos refletir em que direção o ser humano caminha. Temos ânsia de ter uma Ferrari ou uma Mercedes, porém o limite de velocidade chega a 40 e a potência dos veículos a 250 km por hora. Os engarrafamentos param os veículos totalmente e certos lugares onde se tem acesso a metrô, melhor é deixar o veículo na garagem. Francamente passar uma vida inteira sonhando com um veículo potente e de repente ter que deixá-lo numa garagem, vida cruel. E mais andar de bike. É mais saudável pra
O físico e para o psíquico pois ficar em um congestionamento por horas depois de um dia difícil de trabalha não é pra qualquer cristão, isso mesmo cristão. O mais manso já xinga meio mundo, imagine o nervozinho, o tipo Pateta que é um cavalheiro ,mas basta entrar no veículo ,  vira um assassino. A moda é andar mesmo de bike, economiza em todos os  aspectos. Estão reformando os departamentos para que haja um vestiário para trocas de roupas e banheiros para banhos antes do início da jornada de trabalho. Se um veículo não tem serventia para o trabalho, então é um luxo tê-lo por causa dos impostos e taxas. Ainda tem os preços dos combustíveis. Manutenção porque o veículo não anda só com o combustível, tem pneus, óleo, freios, estacionamentos, pedágios. Se formos somar tudo, chegamos à conclusão de que é melhor não tê-los.
     Se antes só tinha um veículo, as pessoas com grande  poder aquisitivo, não podemos pensar assim, pois na cidade grande, está sendo uma besteira ter um veículo pra deixá-lo na garagem.  Chegamos à conclusão de que não se mede mais o poder aquisitivo pelo veículo. Aliás as pessoas que realmente possuem dinheiro, odeiam ostentar luxo, pra evitar assédio interesseiros.
     Se muitos não andam de carro por não compensar, precisamos pensar a respeito dos copos descartáveis e vasilhas  descartáveis. Onde estarão indo os descartáveis?
Por enquanto a gente separa, alguns de nós  separamos e a maioria joga no lixo comum. Se lavamos, também utilizamos muita água e sabão.


     Felizes eram os nossos antepassados que não tinham preocupação com a superpopulação, poluição, congestionamento, preços de alimentos, falta de água no mundo.


sábado, 18 de janeiro de 2014

Humildade

                                               HUMILDADE

    Nem sei se devemos chamar de humildade, mas o fato que a humildade de um homem salvou a sua vida. Um homem que trabalhava num frigorífico entrou numa câmara fria e a porta se fechou. Ele não portava celular, mesmo porque não havia sinal dentro da fábrica. Gritou desesperadamente porque sabia que em pouco tempo não haveria mais ninguém por perto pois era horário de final de expediente. Bateu, bateu a porta, sem ser ouvido. Depois de quatro horas, já quase morto foi descoberto por um segurança que estranhou que não o viu sair, pois não ouviu o até logo deste senhor. O segurança notara que ele diariamente o cumprimentava: bom dia, como vai? E quando ia embora: Até logo, bom trabalho. Naquele dia porém, estranhou que o mesmo não havia se despedido e resolveu dar uma busca na fábrica. Encontro-o, e conseguiu salvar o homem que diariamente o cumprimentava. Essa é uma história verídica que poderia acontecer com qualquer pessoa. Então devemos deixar a arrogância de lado e cumprimentar a cada um que trabalha conosco, não importa o cargo.                       Devemos fazê-los sentir importante, não importando o cargo que se ocupa, pois cada um de um sistema, é importante, cada um desempenhando o seu papel e  no relacionamento somos todos seres humanos.
     Já citei e outros textos que o funcionário da NASA é treinado para dizer que está auxiliando o Homem ir à Lua, mesmo sendo faxineiros. Que seria de nós se não houvesse lixeiros? As faxineiras? Teríamos que fazer todos os serviços que eles fazem. Experimente deixar apenas dois dias o lixo se acumular, o lixo fede, fica pingando porque se degradam. Vamos valorizar mais os profissionais. Dar “boas festas” pra eles, é uma forma de dizer:” obrigado, reconheço o seu trabalho”.
     Certo dia, numa pesquisa, um aluno respondeu de qualquer jeito , criticando o professor de português, que sou eu, e fui perguntá-lo se ele realmente acha tudo aquilo. Respondeu que nem leu as perguntas da pesquisa, e um ótimo aluno entrou em minha defesa: ela é a única professora que faz questão de chamar cada aluno pelo nome e de tirar todas as dúvidas que temos. Nos incentiva a perguntar sempre. Foi uma observação feliz porque alguém está vendo e valorizando o nosso trabalho. Para mim o ser humano é muito importante. Vejo cada aluno como um profissional de sucesso no futuro e ficarei muito triste se a semente que plantei não der frutos.


     Somos idealistas, caso contrário , não estaríamos na profissão. Creio que muitos que caem em depressão é de ter que aceitar que alguns frutos apodreceram.