Minha vida
num pen-drive
Como sempre, salvei um doc num
pen- drive e fui à papelaria imprimir. Vi lindas caixas para presente e resolvi
compra-las enquanto a atendente imprimia o boleto. Comprei duas caixas e voltei feliz pois as
caixas iriam valorizar as trufas que eu daria de presente.
Depois de uns dias fui procurar o
pen-drive na minha bolsa. Bolsa de mulher é uma bagunça. Eu assumo essa
verdade, porém eu já carrego uma bolsa pequena assim não existe maneira de
colocar tantas coisas dentro. Aliás quando enche de comprovantes de pagamento
de supermercados eu já os tiro e os coloco no lixo. Não achei o objeto tão
valioso. Pode ser que tenha caído no carro ao pegar a bolsa que talvez tenha
estado aberta por descuido depois de pegar o celular ou um cartão de banco.
Olhei então por debaixo de todos os bancos, até o tapete eu ergui. Na caixa de pen-drives não estava. Será que o
meu filho pegou por engano?
Não mesmo, ele tem os dele. Meu
Deus, por que fui colocar tantos documentos importantes naquele pen-drive? Eu
me lembro que peguei na papelaria, sempre pego. Revirei a bolsa mais uma vez,
olhei no sofá. Uma semana já se passaram e eu já fiquei calculando quanto tempo
eu levaria para resgatar tudo que havia lá. Minha vida profissional atual
estava lá! O que será que eu não poderia
resgatar? Fotos? Trabalhos? Artigos?
Um dia fiz até o pedido ao São
Longuinho: “São Longuinho, São Longuinho me ajude a achar o pen –drive que te
dou três pulinhos” Creio que virou os olhos como quem diz: Outra vez você?
Sim a sua eterna cliente, freguesa,
devota, dê o nome que quiser, mas me ajude! Depois de uma semana eu já estava
até descrente do São Longuinho. Deve ser porque já havia gastado todos o meus
créditos com ele por causa de óculos e chaves, fora outros documentos. Tá, pode
me chamar até de gagá. Já tentei até o ensinamento de falar alto: Estou
colocando o meu óculos aqui. As vezes até funciona. Meu filho já me disse: Não
sei como você consegue perder os óculos. Bom ele não enxerga nada sem os dele e
eu só uso quando vou dirigir. Ele quase que dorme com os dele para ver melhor
até os sonhos.
Esperanças perdidas, já estava
planejando comprar um novo, aliás fazer
backup dele para eu não perder mais o sono de madrugada por causa de um objeto
tão pequeno, quase que ganhou da dengue que um mosquito tão inconveniente que
me derrubou.
Voltando do meu trabalho, resolvi
ir á papelaria perguntar se viram o objeto. Pois o meu pen-drive estava
lá. Como eu procurei, noites mal
dormidas.
Hoje durmo em paz, pois ficou a lição. Backup
feito, objeto recuperado, vida recuperada. Obrigada São Longuinho, três
pulinhos pra ti! Agora estamos íntimos, posso te chamar de você.
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