Crônicas
Na literatura e no
jornalismo, uma crónica (português europeu) ou crônica (português brasileiro) é
uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa,
seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Possui assim
uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um
espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso
dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.
Origem[editar]
A palavra crônica
deriva do Latim chronica que significava, no início do Cristianismo, o relato
de acontecimentos em sua ordem temporal (cronológica). Era, portanto, um
registro cronológico de eventos.
No século XIX, com o
desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer parte dos jornais. Ela
apareceu pela primeira vez em 1799, no Journal de Débats, publicado em Paris.
Características[editar]
A crônica é,
primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de
ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje
seguem-se muitas outras nas próximas edições.
Há semelhanças entre a
crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista
se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica.
Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se
desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo
em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o
texto essencialmente informativo não contém.
Com base nisso, pode-se
dizer que a crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, e o cronista
pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia. A crônica, na
maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o
próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a
crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a
visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que
utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de
mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os
acontecimentos que o cercam.
Geralmente, as crônicas
apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a
literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o
cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.
Em resumo, podemos
determinar cinco pontos:
Narração histórica pela
ordem do tempo em que se deram os fatos.
Seção ou artigo
especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jornal ou
outro periódico.
Pequeno conto baseado
em algo do cotidiano.
Normalmente possui uma
crítica indireta.
Muitas vezes a crônica
vem escrita em tom humorístico. Exemplos de autores deste tipo de crônica no
Brasil são Fernando Sabino, Leon Eliachar, Luis Fernando Verissimo, Millôr
Fernandes.
Tipos de
Crônica[editar]
Crônica
Descritiva[editar]
Ocorre quando uma
crônica explora a caracterização de seres animados e inanimados em um espaço,
viva como uma pintura, precisa como uma fotografia ou dinâmica como um filme
publicado.
Crônica
Narrativa[editar]
Tem por eixo uma
história, o que a aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª quanto na 3ª
pessoa do singular. Texto lírico (poético, mesmo em prosa). Comprometido com
fatos cotidianos ("banais", comuns).
Crônica
Dissertativa[editar]
Opinião explícita, com
argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em
vez de "segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil",
seria "vejo mais uma vez esses pequenos seres não alimentarem sequer o
corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na do plural.
Crônica
Narrativo-Descritiva[editar]
É quando uma crônica
explora a caracterização de seres, descrevendo-os. E, ao mesmo tempo mostra
fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode ser narrado em 1ª ou
na 3ª pessoa do singular. Ela é baseada em acontecimentos diarios.
Crônica Humorística[editar]
Deve ter algo que chame
a atenção do leitor assim como um pouco de humor. É sempre bom ter poucos
personagens e apresentar tempo e espaços reduzidos. A linguagem é próxima do
informal.
Crônica Lírica[editar]
Linguagem poética e
metafórica. Expressa o estado do espírito, as emoções do cronista diante de um
fato de uma pessoa ou fenômeno. Em geral as emoções do escritor.
Crônica Poética [editar]
Apresenta versos
poéticos em forma de crônica ,expressando sentimentos e reações de um determinado
assunto.
Crônica Jornalística [editar]
Apresentação de
aspectos particulares de noticias ou factos baseados no cotidiano. Pode ser
policial, desportiva, etc...
Crônica Histórica [editar]
Baseada em fatos reais,
ou fatos históricos.1
A palavra crônica se
origina do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo). O significado principal
neste tipo de texto é precisamente o conceito de tempo, ou seja, é o relato de
um ou mais acontecimentos em um determinado período. O número de personagens é
reduzido ou até podem não haver personagens. É a narração do cotidiano das
pessoas de forma bem humorada, fazendo com que se veja de uma forma diferente
aquilo que parece óbvio demais para ser observado.
Uma boa crônica é rica
nos detalhes, descritos pelo cronista de forma bem particular, com
originalidade.
A partir do século XVI,
com Fernão Lopes, a crônica passou a ser uma perspectiva individual ou
interpretativa. Até então, resumia-se a relatos de acontecimentos históricos,
registrados por ordem cronológica. A crônica de teor crítico surgiu com os
periódicos (folhetins e jornais), evoluindo até adentrar de vez ao Jornalismo e
à Literatura.
A crônica histórica
busca sempre relatar a realidade social, política ou cultural, avaliada pelo
autor quase sempre com um tom de protesto ou de argumentação.
Existem duas formas de
crônica: a crônica narrativa, relatando fatos do cotidiano, com personagens,
enredo, etc. e a crônica jornalística, uma forma mais moderna, que não narra e
sim disserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria
enxerga.
As semelhanças entre
elas são o caráter social crítico, o humor, a ironia, até mesmo com um tom
sarcástico.
A crônica conta fatos
cotidianos comuns da vida real das pessoas. Não se deve confundir crônica com
conto ou fábula, que contam fatos inusitados e irreais.
Referências
1.↑ Ana Paula de
Araújo. Crônica Literária.
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