O Coqueiro 2
Janeiro férias, Fevereiro, pesadelo. Novamente a vizinha
reclamando das lagartas. Pensei: qual seria a solução? Cortar, agora que estava
frutificando tanto? Depois de 12 anos de espera?
As borboletas botam os ovos numa folha saudável aliás as lagartas fecham a folha, costuram as
pontas das folhas formando um cone e lá elas se escondem dos predadores. Só
saem à noite para se alimentar quando não há pássaros.
O fato é que depois delas comerem tanto, pelarem as folhas,
se enrolam e se jogam para não se espatifar e ainda zonzas, correm dos pássaros
predadores e se abrigam em algum canto para se tornarem casulos e depois de um
tempo saírem como borboletas.
Tive uma ideia. Pedir pra ela achar alguém disposto a
pulverizar a planta. Ganhei um tempo porque quando ela achou alguém, as
lagartas já tinham desaparecido todas.
No outro ano as lagartas tinham devastado tanto a árvore que
as lagartas procuraram outra árvore, aquela estava depenada.
Neste ano não tive nem lagartas e nem frutos.
A árvore só sobreviveu porque não comeram o palmito que é
por onde elas crescem.
E o tempo passando e o coqueiro crescendo...
Brassolis sophorae e B. astyra, são
borboletas, têm hábito crepuscular e durante o dia escondem-se nas próprias
plantas hospedeiras ou em outras plantas. As lagartas dessas borboletas, em
certas ocasiões, tornam-se verdadeiras pragas das palmeiras e dos coqueiros,
plantas de grande valor econômico do ponto de vista ornamental e industrial.
Vivem em toda extensão da América do Sul, possivelmente porque a região é mais
rica em palmeiras. De acordo com a literatura, Brassolis astyra é mais
difundida que a B. sophorae.
Os ovos são colocados em grupo, em número que pode
ultrapassar a 200, na face inferior dos folíolos, e às vezes, sobre os frutos e
no estipe; o período de incubação dos ovos varia de 20-25 dias. As lagartas
apresentam comportamento gregário e têm hábito noturno, abrigando-se em casulo
(um ou mais) que tecem unindo os folíolos com fios de seda; ciclo larval em
torno de 150 dias. Terminada a fase de lagarta (em torno de 150 dias) abandonam
a planta hospedeira, ocasião em que é comum encontrá-las em grande número pelas
calçadas e gramados em busca de um local como paredes, muros e mesmo árvores
onde se fixam e crisalidam. A fase de crisálida pode variar de 15 a 20 dias,
findo os quais eclodem os adultos. No estado de São Paulo a presença dessas
lagartas é notada de setembro-outubro até março; muitas vezes se inicia mais
cedo e termina mais tarde. Neste mês de junho, é possível constatar a presença
do ataque desses insetos causando danos em algumas praças de Campinas. Além dos
danos (desfolha) a presença das lagartas pode ser percebida pela presença de
fezes junto às plantas e pelo barulho destas quando caem sobre a vegetação.
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