segunda-feira, 3 de junho de 2013

O Coqueiro 2

                                                                O Coqueiro 2
Janeiro férias, Fevereiro, pesadelo. Novamente a vizinha reclamando das lagartas. Pensei: qual seria a solução? Cortar, agora que estava frutificando tanto? Depois de 12 anos de espera?
O que ela tem contra a natureza? Será que ela não sabe que aquelas nojentas lagartas viram lindas borboleta, e elas só querem uma  chance para sobreviver?
As borboletas botam os ovos numa folha saudável  aliás as lagartas fecham a folha, costuram as pontas das folhas formando um cone e lá elas se escondem dos predadores. Só saem à noite para se alimentar quando não há pássaros.
O fato é que depois delas comerem tanto, pelarem as folhas, se enrolam e se jogam para não se espatifar e ainda zonzas, correm dos pássaros predadores e se abrigam em algum canto para se tornarem casulos e depois de um tempo saírem como borboletas.
Tive uma ideia. Pedir pra ela achar alguém disposto a pulverizar a planta. Ganhei um tempo porque quando ela achou alguém, as lagartas já tinham desaparecido todas.
No outro ano as lagartas tinham devastado tanto a árvore que as lagartas procuraram outra árvore, aquela estava depenada.
Neste ano não tive nem lagartas e nem frutos.
A árvore só sobreviveu porque não comeram o palmito que é por onde elas crescem.

E o tempo passando e o coqueiro crescendo...
Brassolis sophorae e B. astyra, são borboletas, têm hábito crepuscular e durante o dia escondem-se nas próprias plantas hospedeiras ou em outras plantas. As lagartas dessas borboletas, em certas ocasiões, tornam-se verdadeiras pragas das palmeiras e dos coqueiros, plantas de grande valor econômico do ponto de vista ornamental e industrial. Vivem em toda extensão da América do Sul, possivelmente porque a região é mais rica em palmeiras. De acordo com a literatura, Brassolis astyra é mais difundida que a B. sophorae.
Os ovos são colocados em grupo, em número que pode ultrapassar a 200, na face inferior dos folíolos, e às vezes, sobre os frutos e no estipe; o período de incubação dos ovos varia de 20-25 dias. As lagartas apresentam comportamento gregário e têm hábito noturno, abrigando-se em casulo (um ou mais) que tecem unindo os folíolos com fios de seda; ciclo larval em torno de 150 dias. Terminada a fase de lagarta (em torno de 150 dias) abandonam a planta hospedeira, ocasião em que é comum encontrá-las em grande número pelas calçadas e gramados em busca de um local como paredes, muros e mesmo árvores onde se fixam e crisalidam. A fase de crisálida pode variar de 15 a 20 dias, findo os quais eclodem os adultos. No estado de São Paulo a presença dessas lagartas é notada de setembro-outubro até março; muitas vezes se inicia mais cedo e termina mais tarde. Neste mês de junho, é possível constatar a presença do ataque desses insetos causando danos em algumas praças de Campinas. Além dos danos (desfolha) a presença das lagartas pode ser percebida pela presença de fezes junto às plantas e pelo barulho destas quando caem sobre a vegetação.
  por Édson Possidônio Teixeira


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